O sol adormecia quando você despertou;
E com o despertar a saudade se fez presente.
Estava a contemplar as estrelas.
Uma noite inesquecível de verão.
Imperceptível pelas íris de meus olhos;
Restaurou-se a vida, ao sopro da brisa Netuno.
Ao anúncio da incompreensão;
Passeou por minha face, algo sobrenatural.
Quase pude sentir o acariciar de suas mãos.
Algo que jamais; houvesse em mim adormecido.
Sem forças para relutar.
Embriaguei-me do néctar da bela flor.
Não consegui evitá-la. Não tinha como evitá-la!
Dando-me por vencido.
Absorveu-me a luz em anil; Que, de tamanha sua grandeza;
Estendia-se ao infinito dos azuis.
Acomodando minhas fraquezas em seu porto seguro.
Revivi a suavidade de seus cabelos em meus lábios.
Oh... Quão sublime o toque de sua nudez.
Quão afável, o enganar-me pelo corpo intangível.
Irresistível o não imaginar...
Ver-me aprisionado por sua fragrância.
Podendo senti-la vangloriar-se dentro de mim.
Ao êxtase, resplandeci pelas recordações.
Tentando fazer-me vida;
Pude vivenciar o regozijar de minhas emoções.
Havia suspirado tão alto; tão alto!
Ao mesmo; tão intimo!
Que a vi reviver por um momento;
Já que minhas lembranças em passeios astrais;
Hei de confortar meus sentimentos em sua alma.
Paulo Florido
Quão exuberante és tu;
Estranho!
Teus olhos esmeraldas;
Me absorvem!
Mostra-se por tua beleza;
O poder da sedução.
Injusto!
Por que não se apresentaste a mim;
Em tempos outrora?!
Quando!
Na vulnerabilidade do amor,
Entreguei-me às carícias de outrem.
Quem sabe!
Ao desencontro dos braços,
Do que me afaga agora;
Estivesse a velejar;
Nas ondas de seu mar.
Deveras; injusto!
Meus sonhos há naufragar!
Que pena!
Dilúvio aos olhos pelo inoportuno;
Que expondo a mim
Ao desconhecido;
O amor se fez migrar!
Que pena!
Que pena!
O ter de renegar-me;
Ao amor azul do mar!
Paulo Florido